Suco de limão e “colas” podem causar cáries em crianças e adolescentes

Suco de limão e “colas” podem causar cáries em crianças e adolescentes

Substâncias presentes nos produtos podem gerar uma desorganização da estrutura do dente e aumentar a chance de ocorrer o problema
 
Conhecido fantasma dos consultórios odontológicos, a expectativa dos dentistas era que, com o passar do tempo, não houvesse mais tantas cáries nas bocas de crianças e adolescentes brasileiros. A média de dentes afetados pelas bactérias, que vinha caindo nos últimos anos, começou a se estabilizar e a culpa está principalmente na alimentação baseada em doces e na escovação inadequada.
 
Em Curitiba, a média de dentes afetados pela cárie é de 2,46, segundo o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, de 2010. O dado se refere a uma média por criança de cinco anos e, quando comparado a outras capitais, a cidade paranaense fica muito longe do ideal. Em Florianópolis a média é de 1,56 cáries, São Paulo chega a apenas 1,99 cáries por criança.
 
“Ao mesmo tempo em que a população ficou mais informada sobre as causas da cárie, o consumo de dietas ricas em doces aumentou, devido a um estilo de vida mais corrido. Suco pronto, leite com achocolatado, iogurtes e fermentados junto a uma má escovação deram esses resultados”, explica João Gilberto Duda, odontopediatra e professor da Universidade Positivo.
 
Saliva que define
Mesmo tendo papel relevante no surgimento da cárie, a alimentação é só um dos fatores e divide espaço com acidez da saliva e mesmo com a idade. De acordo com o periodontista Celso Russo, o nível de acidez da saliva influencia na neutralização do ataque das bactérias causadoras das cáries. Saliva ácida pode neutralizar, enquanto uma saliva mais básica propicia o desenvolvimento bacteriano.
 
“De qualquer forma, há relação com a alimentação, porque as pessoas que tomam suco de limão e refrigerantes do tipo cola com frequência podem gerar uma desorganização da estrutura do dente e a cárie pode ser mais agressiva”, explica Russo, que preside a Associação Brasileira de Odontologia, seção Paraná.
 
Acabe com a placa
Os dentes são revestidos por uma película que, quando não limpa adequadamente, retém bactérias e formam a placa. Para algumas pessoas, bastam poucos dias para que a placa esteja grande e, da mesma forma que vem, ela vai – basta escovar. “É fácil removê-la. Mas, se não remove, ela agrega, passa os dias e se torna patogênica, calcificando e formando o tártaro”, diz Russo.
 
Gengivite é mais comum em adulto 
Depois dos 30 anos de idade, o corpo desenvolve uma resistência maior a cárie, o que não impede o surgimento da doença por infiltração em uma restauração, por exemplo. “O adulto normalmente passa a ter menos problemas de cáries, mas mais de gengiva, as questões periodontais”, diz o periodontista Celso Russo.
 
Apesar de manter a boca limpa ser suficiente para prevenir as gengivites, ou doenças periodontais, não é bem isso o que se vê nos consultórios. “Se você percebe sua gengiva vermelha, sangrando, com aquele aspecto inflamado, pode ser uma gengivite”, diz.
 
O profissional só precisa de uma limpeza, remoção da placa bacteriana, que é o início de tudo, e contar com a escovação adequada do paciente. “Mas, às vezes chegam pacientes que estão há 10 anos sem cuidar, sem escovar, e com gengivite”, alerta Russo. Caso o paciente ignore a dor, a inflamação pode caminhar para outras partes da boca, atingindo o osso. O resultado é o amolecimento dos dentes, abcessos e mesmo a perda do dente.
 
 
Fonte: Gazeta do Povo

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