Mau hálito na terceira idade

Mau hálito na terceira idade

Boa higiene bucal, saliva adequada (em quantidade e qualidade) e o cuidado com a saúde em geral são fundamentais para prevenir o mau hálito na terceira idade, de acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Halitose (ABHA), realizada durante o ano de 2013, com 252 idosos em todo o país.
 
De acordo com o IBGE, a projeção é de que a população de idosos no Brasil esteja em torno de 14% em 2025, o que colocará o país em sexto lugar em números absolutos no mundo. Diante dessa realidade é primordial garantir a esta população não apenas uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida. No entanto, o aumento da idade está diretamente associado às doenças crônicas, responsáveis pelo grande número de medicamentos consumidos. Esta é uma das principais causas da halitose na terceira idade, entre outras que apareceram na pesquisa “Mau Hálito no Idoso”, cujo objetivo foi analisar o problema por meio de um questionário para pessoas entre 60-65 anos (42,6% dos participantes) a 91-100 anos (0,4%).
 
 
Resultados
Entre eles, 60% afirmaram consumir mais de dois medicamentos por dia, e quase 82% ao menos um fármaco diário. Muitos destes medicamentos, como os antidepressivos e anti-hipertensivos, afetam a salivação e podem causar cáries, biofilme lingual (conhecido popularmente como saburra), boca seca e ardência. Os principais problemas de saúde apontados foram: pressão alta (55,82%), colesterol (32,13%), insônia (27,31%), problemas estomacais (26,10%), diabetes (25,70%), depressão (21,69%), prisão de ventre (18,47%), além de outros (12,05%). Lembrando que, muitos idosos se esquecem de citar medicamentos e problemas de saúde. O diabetes mellitus, por exemplo, causa alterações metabólicas e químicas resultantes da produção de acetona (hálito cetônico) e pode afetar a cicatrização bucal.
 
Queixa comum entre os idosos, a boca seca foi relatada por 70% dos entrevistados; desses, 45% disseram sentir a boca “sempre” seca. É um dos principais fatores do mau hálito, já que reduz a capacidade de autolimpeza bucal, favorecendo a ação de bactérias e a formação de compostos mal cheirosos.
 
Quando acumuladas sobre a superfície da língua, estas bactérias formam uma camada esbranquiçada – o biofilme lingual, ou saburra. Dos entrevistados, 50% disseram perceber o biofilme lingual “às vezes” ou “sempre” (levando em conta que nem todas as pessoas observam a língua, o que leva a crer em um número maior).
 
Quase 70% dos idosos disseram roncar “sempre” ou “às vezes”, o que causa uma maior descamação da mucosa bucal, levando à formação do biofilme lingual.
 
Embora uma das principais queixas relatadas por mais de 60% das pessoas tenha sido um gosto desagradável ou “metálico”, esta alteração não causa necessariamente mau hálito, embora possa deixar esta impressão.
 
 
Frequência da escovação
De acordo com a pesquisa, 78,86% dos idosos entrevistados conservaram a dentição natural, apesar da alta prevalência do uso de próteses removíveis (65,84%), o que sugere que muitas vezes alguns dentes possam ter sido perdidos por cárie, periodontite etc.
 
Sobre a frequência da higiene bucal, 60% disseram escovar os dentes três ou mais vezes ao dia, contra 40% que afirmaram realizá-la apenas uma ou duas vezes. O que só reforça a conclusão da pesquisa de que, para mudar essa realidade, as ações educativas não só para a terceira idade, como para quem ainda está em processo de envelhecimento, são de extrema importância para a prevenção do mau hálito.
 
 
Fonte: Odontomagazine – www.odontomagazine.com.br

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