Saúde e Odontopediatria

Saúde e Odontopediatria

Se antes se limitava a pacientes com refluxo gástrico, a erosão do esmalte dentário agora está atingindo crianças saudáveis, devido ao consumo excessivo e muito frequente de refrigerantes e sucos artificiais.  O alerta é da professora Ana Estela Haddad, do  Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – USP, que palestrou recentemente no  curso “Saúde Bucal das Crianças no Brasil”, realizado durante o 17º Congresso Latino-Americano de Odontopediatria.
 
Para a especialista, esse fato demonstra que a preservação da saúde bucal da criança requer, além de cuidados odontológicos, uma preocupação com a questão nutricional. “Paralelamente ao aumento da obesidade pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, observamos o aumento na incidência de erosão do esmalte de dentes decíduos, em crianças que não apresentam refluxo, em consequência do alto consumo de bebidas ácidas e com alto teor de açúcar”, disse a professora.
 
Em sua exposição, ela fez uma comparação entre os resultados de duas pesquisas feitas pelo Ministério da Saúde em 2003 e 2010, antes e sete anos depois da implantação do Programa Brasil Sorridente. Na segunda pesquisa, foram examinados 38 mil pessoas, de 177 municípios, sendo 30 de cada região do País. Na faixa dos cinco anos, constatou-se a redução de 17% de dentes de leites careados, porém, 80% não tratados. Já na faixa dos 12 anos, o índice CPO – dentes cariados, perdidos e obturados – caiu 26% e a proporção de crianças livres de cáries subiu de 21 para 44%. Na faixa dos 15 a 19 anos, houve uma queda de 30% no CPO, denotando que 18 milhões de dentes deixaram de ser careados, entre 2003 e 2010. 
 
Na opinião da professora, o Brasil está entre os países com os melhores indicadores em relação à saúde bucal das crianças na América Latina. Ela, inclusive, lembra que a pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em 2010, incluiu o Brasil no grupo de países com baixa prevalência de cárie, com CPO equivalente a 2,1, quando a média das Américas é de 2,8. “Agora, temos como desafio a prevalência de cárie concentrada em um número menor de crianças, que apresenta grande carga da doença”, argumentou. A professora Ana Estela também destaca que há maior prevalência de cárie em regiões onde a população é menos favorecida socioeconomicamente.
 
 
Fonte: Odontomagazine – www.odontomagazine.com.br

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