Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova técnica para tratar crianças com má formação de boca. E é um método mais eficiente e mais barato do que o tratamento convencional.
Tem criança que vem ao mundo com o sorriso ferido.
“A fissura lábio palatina ou lábio leporino é uma fenda que compromete o lábio, a gengiva e todo céu da boca”, explica o cirurgião plástico Diógenes Laércio Rocha.
Um em cada 650 brasileiros nasce com esse problema.
O tratamento é em três etapas. Na primeira, com o bebê recém-nascido, uma cirurgia plástica fecha o corte no lábio. Na segunda, com um ano e meio de idade, os médicos corrigem a fenda do céu da boca. Quando a criança já tem entre oito e 12 anos, é hora de tratar a gengiva. Essa etapa é dolorosa. Um pedacinho da bacia é retirado para preencher o buraco no osso acima da gengiva.
Mas médicos brasileiros estão pesquisando uma técnica nova. Os dentes de leite, que começam a cair ali pelos seis anos de idade, têm um tipo de célula-tronco capaz de formar osso onde não existe. O dentinho cai, mas deixa uma lembrança pelo resto da vida. As células são preparadas em laboratório e colocadas no local onde existe a falha no osso.
“Essas células começam a formar um novo osso. O fato de você não ter que tirar osso da bacia reduz custo porque reduz número de profissionais envolvido e reduz o tempo de internação desses pacientes nos hospitais”, afirma a dentista e geneticista Daniela Franco Bueno.
Depois de oito anos de pesquisas no Instituto Sírio-Libanês e no Hospital Municipal Menino Jesus, a técnica foi usada em três crianças. Em seis meses o resultado já aparece.
“Onde a gente tinha uma falha óssea a gente não tem mais. A gente já consegue perceber a presença do dente canino descendo aqui nesse novo osso”, diz Daniela.
Nem doeu e a Emily já pode sorrir sem medo.
“As pessoas ficavam me chamando de boca torta. Depois elas não ficaram xingando mais”, conta Emily.
E o Davi também é outro.
“Ele tinha mania de dar risada com a mão na boca. Depois que ele fez, a autoestima dele melhorou bastante”, explica Jane, mãe de Davi.
“A nossa expectava é que esse conhecimento, essa nova tecnologia, chegue aos pacientes em aproximadamente três a cinco anos”, afirma Daniela Franco Bueno.
Fonte – Jornal Nacional