O que o cirurgião-dentista que prática a Odontologia deve saber a respeito do amálgama dentário

O que o cirurgião-dentista que prática a Odontologia deve saber a respeito do amálgama dentário

Vol. 5 – Número 19 – 2014 INFORMATIVO Página 511-526 O que o cirurgião-dentista que prática a Odontologia deve saber a respeito do amálgama dentário What the dentist should know about dental amalgam José Mondelli1 Resumo Muitas organizações não governamentais, cientistas, docentes, dentistas, médicos, ativistas e advogados têm trabalhado incansavelmente para legislar sobre o fim do amálgama como material restaurador odontológico, cujos artigos e opiniões contribuem para incentivar a “terceira guerra” contra o amálgama. O UNEP concluiu as discussões sobre um acordo internacional, a Convenção de Minamata sobre o Mercúrio, que tem como objetivo reduzir os impactos ambientais significativos para a saúde devido à poluição atmosférica por mercúrio e inclui disposições que tratam de diversos produtos que contêm esse elemento químico. Alguns desses produtos deverão ser banidos a partir de 2020. As restauracões de amálgama não foram atingidas pela proibição, no entanto, o tratado sugere algumas disposições relativas à diminuição gradual de uso desse material, sem exigir medidas proibitivas ou prazo de banimento. Segundo o recente relatório do UNEP de 2013, as maiores  fontes antropogênicas (atividades humanas) de contaminação ambiental pelo mercúrio estão associadas à mineração artesanal de ouro, à queima de carvão, produção de cimentos, metais ferrosos e não ferrosos. A quantidade de vapor liberado das restaurações de amálgama pela cremação para a atmosfera por ano em escala mundial não chega a atingir 1% do total emitido pelos demais setores de poluição. Com relação a possíveis vapores provocados por resíduos de amálgama, não existe nenhum dado registrado até 2013 pelo UNEP. Nos sistemas aquáticos pode-se encontrar a forma mais tóxica de mercúrio, o metilmercúrio ou orgânico, que pode se acumular nos peixes e mamíferos marinhos consumidos pelos seres humanos; além disso, neste ambiente o mercúrio inorgânico, não tóxico, e o elementar, menos tóxico, podem ser  transformados no metilmercúrio. A maior parte da exposição humana aos riscos à saúde devido ao mercúrio ocorre a partir do consumo de alimentos como peixes marinhos e/ou de água doce. Nenhuma pesquisa de boa fé autêntica e científica  foi publicada e que demonstre qualquer  relação válida entre amálgama na cavidade oral e qualquer doença sistêmica. Dessa forma, com a necessária prudência, bom senso e dentro dos conhecimentos e estudos pertinentes, pode-se prosseguir no ensino e utilização do amálgama dentário nos casos em que a estética não seja o fator preponderante, sem o receio de um possível efeito colateral. Descritores: Amálgama dentário, restauração dentária permanente, mercúrio. Abstract Many non-governmental organizations, scientists, professors, physicians, dentists, lawyers and activists have been working tirelessly to legislate on the end of amalgam as a dental restorative material, their articles and opinions contribute  to  encourage  the  “third war”  against  amalgam. The UNEP  concluded  discussions  on  an  international agreement,  the Minamata Convention on Mercury, which aims  to  reduce  the health  impacts due  to environmental  impacts due  to air pollution by mercury, and  includes provisions dealing with various products containing  this chemical element. Some of these products may be banned by 2020. Amalgam fillings were not affected by the ban, however, the treaty suggests some provision for gradual reduction of use of this material, but without requiring prohibitive measures or a term of banishment. According to the recent report of UNEP (2013), the largest anthropogenic sources (human activity) of environmental mercury contamination are associated with gold mining, burning of coal and cement, ferrous and nonferrous metals production. The amount of vapor released annually to atmosphere from cremation of amalgam does not reach 1% of the total issued by other sectors of pollution. Regarding possible vapor caused by amalgam residues, there is no data recorded until 2013 by UNEP. In aquatic ecosystems the most toxic form of mercury, methylmercury or organic mercury, can be found, it can accumulate in fish and marine mammals that are consumed by humans, also in this environment the inorganic mercury (non-toxic) and the elemental mercury (less toxic) can be converted into methylmercury. The majority of human exposure to mercury that can bring health risks, occurs from the consumption of foods such as marine and/or freshwater fish. No good authentic research has been published in order to show a valid link between amalgam in the oral cavity and systemic disease. Thus, with the necessary caution, good sense and within the knowledge and based on relevant studies, the teaching and use of dental amalgam may continue in clinical cases in which aesthetics is not the predominant factor, without the fear of a possible side effect. Descriptors: Dental amalgam, permanent dental restoration, mercury. 1 Prof. Titular Sênior do Depto. de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos – FOB/USP.    

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