Fique por Dentro: Fotoativação de peças cerâmicas: Relação clínica entre a fotoativação e longevidade de restaurações cerâmicas

Fique por Dentro: Fotoativação de peças cerâmicas: Relação clínica entre a fotoativação e longevidade de restaurações cerâmicas

Vol. 5 – Número 20 – 2016 Fique por Dentro Página 7-8 Fotoativação de peças cerâmicas: Relação clínica entre a fotoativação e longevidade de restaurações cerâmicas  Dayane Carvalho Ramos Salles de Oliveira1 Mateus Garcia Rocha1  Eduardo José Souza Júnior2 A fotoativação é o procedimento clínico que tem por objetivo iniciar a polimerização de materiais resinosos fotoativáveis por meio da aplicação de luz. Entretanto, a negligência da dose de energia recomendada pelos fabricantes para a fotoativação de materiais resinosos fotoativáveis como os cimentos resinosos, por exemplo, pode afetar o sucesso clínico de restaurações cerâmicas.  Contrário do imaginado, a fotoativação por tempo superior ao recomendado pelo fabricante não traz benefícios para o material fotoativado. Por outro lado, a dose de energia excessiva pode gerar aquecimento e ocasionar danos ao tecido pulpar e/ou periodontal do paciente. Por esse motivo, exposições desnecessárias devem ser evitadas.  Já a fotoativação por tempo inferior ao recomendado pode trazer consequências negativas para a longevidade da peça cerâmica cimentada. O material resinoso, quando não polimerizado adequadamente, tem seu processo de degradação acelerado. Consequente-mente, se forma um halo escurecido entre o dente e a restauração cerâmica em virtude de pigmentação na linha de cimentação. Isso pode levar à queixa do paciente e a necessidade de troca da peça cerâmica por questões estéticas. Ainda, a aceleração da degradação da linha de cimentação pode afetar a integridade marginal e levar à falha prematura da restauração cerâmica.  Até a década de 90, a longevidade clínica de laminados cerâmicos era em média de três anos. Já no século XXI, essa média aumentou consideravelmente para 10 anos, com um percentual de falhas de apenas 10%. Nesses 10% de falhas, a negligência de passos no procedimento de cimentação dessas restaurações cerâmicas foi uma das principais causas. Diversos pontos são extremamente importantes para que o procedimento de fotoativação seja eficiente. Dentre eles, a adequada exposição de acordo com as recomendações do fabricante. Entretanto, fatores relacionados diretamente com o material cerâmico também podem afetar a fotoativação adequada de restaurações cerâmicas, como o tipo, a cor e a espessura da cerâmica utilizada. Esses fatores afetam a translucidez da peça cerâmica e, por consequência, a capacidade de transmissão da luz pela restauração até o cimento resinoso a ser fotoativado. Por esse motivo, tempos de fotoativação maiores devem ser aplicados para alguns tipos e espessuras de cerâmicas.  De forma geral, as cerâmicas feldspáticas são mais translúcidas, seguidas pelas cerâmicas reforçadas por leucita e por dissilicato de lítio. Isso se deve ao fato da quantidade do conteúdo vítreo influenciar diretamente no grau translucidez da cerâmica, de forma que, quanto maior o conteúdo vítreo, maior é a translucidez da cerâmica. Ainda, por esse motivo, a zircônia é a cerâmica menos translúcida e tem aproximadamente o dobro de opacidade em comparação aos demais tipos de cerâmicas.  Além disso, a translucidez inerente do tipo de cerâmica pode ainda ser agravada pela cor e pela espessura da peça cerâmica. Em relação à cor, quanto maior a saturação, menor a translucidez da cerâmica. Isso acontece em virtude do aumento da opacidade provocada pela adição de uma maior quantidade de pigmentos em comparação com uma cor mais clara. Da mesma forma, quanto maior a espessura, menor é a translucidez da cerâmica. Para peças com translucidez extremamente alta ou extremamente baixa, como a de cerâmica feldspática e a de zircônia, respectivamente, a espessura parece não afetar consideravelmente a translucidez e a transmissão de luz. Entretanto, cuidados em relação a tempos de fotoativação diferenciados ainda devem ser considerados para espessuras superiores a 1,5 mm, quando as cerâmicas reforçadas por leucita e por dissilicato de lítio são utilizadas, assim como para a zircônia, independente da espessura.   Quanto aos diferentes tipos de cimentos resinosos fotoativáveis disponíveis no mercado, cimentos exclusivamente fotoativáveis são apenas indicados para laminados cerâmicos ou facetas que utilizem cerâmicas de alta translucidez e até 2 mm de espessura. Nos demais casos, cimentos duais são preferíveis, uma vez que a reação de polimerização iniciada exclusivamente pela luz pode ser afetada pela baixa transmissão de luz por cerâmicas de baixa translucidez e/ou de maiores espessuras. Além de todos os pontos abordados anteriormente, o sucesso do processo de fotoativação também depende do desempenho do aparelho fotoativador. Apenas a execução da técnica de fotoativação de forma correta não garante que o material fotoativado receba a dose de energia adequada.  fatores como a falta de manutenção e o acúmulo de detritos e restos de material resinoso aderidos à ponta de aparelhos fotoativadores por falta de limpeza podem provocar a redução da irradiação de luz pelo aparelho. Por esse motivo, a avaliação regular do desempenho e a manutenção periódica dos aparelhos fotoativadores são extremamente importantes para garantir o seu funcionamento como previsto pelo fabricante ao longo do tempo.  Referências  1.  Ayres AP, Andre CB, Pacheco RR, Carvalho AO, Bacelar-Sa RC, Rueggeberg  fA, et al. Indirect Restoration Thickness and Time after Light-Activation Effects on Degree of Conversion of Resin Cement. Braz dent j. 2015; 26(4):363-7. 2.  Klosa K, Meyer G, Kern M. Clinically used adhesive ceramic bonding methods: a survey in 2007, 2011, and in 2015. Clin Oral Investig, ahead of print, doi: 10.1007/s00784-015-1684-0, 2015. 3.  Kreulen CM, Creugers Nh, Meijering AC. Meta-analysis of anterior veneer restorations in clinical studies. J Dent. 1998; 26(4):345-53. 4.  Kursoglu P, Karagoz Motro Pf, Kazazoglu E. Translucency of ceramic material in different core-veneer combinations. J Prosthet Dent. 2015; 13(1):48-53. 5.  Land Mf,  hopp CD. Survival rates of all-ceramic systems differ by clinical indication and fabrication method. J Evid Based Dent Pract. 2010; 10(1):37-8. 6.  Lopes CCA, Rodrigues RB, Silva AL, Simamoto Junior PC, Soares CJ, Novais VR. Degree of Conversion and Mechanical Properties of Resin Cements Cured Through Different All-Ceramic Systems. Braz Dent J. 2015; 26(5):484-9. 7.  Ozturk E, Chiang YC, Cosgun E, Bolay S, hickel R, Ilie N. Effect of resin shades on opacity of ceramic veneers and polymerization efficiency through ceramics. J Dent. 2013; 41(Suppl 5):8-14. 8.  Passos SP, Kimpara ET, Bottino MA, Santos GC, Jr., Rizkalla AS. Effect of ceramic shade on the degree of conversion

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