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COLUNA FIQUE POR DENTRO – ESPECIAL ENTREVISTAS

COLUNA FIQUE POR DENTRO – ESPECIAL ENTREVISTAS

Vol. 12 – Número 45 – 2020

COLUNA FIQUE POR DENTRO

Página 14-15
ESPECIAL ENTREVISTAS

Cristine Miron Stefani¹
Lucas Fernando Tabata¹
Mateus Rocha²
Dayane Oliveira²

Nesta edição, a Coluna “Fique por Dentro” recebe a atual sub-chefe do Departamento de Odontologia da
Universidade de Brasília, a Prof.ª Dr.ª Cristine Miron Stefani, para debater sobre os novos desafios do retorno das
atividades pedagógicas presenciais no curso de Odontologia, frente a esta nova realidade pós-COVID19. A Prof.ª
Cristine já foi chefe da Unidade de Saúde Bucal do Hospital Universitário de Brasília – HUB, Chefe de Departamento
de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde – UnB, e conta com grande expertise administrativa e de
gestão. Com objetivo de dividir essa experiência com nossos leitores, nossos editores realizaram uma entrevista
exclusiva sobre o novo cenário do ensino odontológico:

Lucas Fernando Tabata:
Seja bem-vinda, Prof.ª Cristine. Primeiramente, gostaríamos de perguntar qual será o grande desafio, neste novo cenário, para o retorno das atividades práticas laboratoriais e clínicas presenciais no curso de Odontologia da UnB?

Cristine Miron Stefani:
Obrigada pela oportunidade e espaço para conversarmos um pouco sobre o retorno, que realmente será um grande desafio. Muito tem se falado sobre o “novo normal”, e ao que tudo indica precisaremos conviver com essa nova realidade, antes de a pandemia ser controlada. No curso de Odontologia da UnB já vínhamos discutindo como retornar às atividades práticas desde maio, pensando medidas de segurança e distanciamento, mas agora em outubro a UnB sinalizou que o retorno às atividades práticas presenciais poderá acontecer a partir de fevereiro de 2021, de maneira gradual, assim precisaremos viabilizar o planejado. O grande desafio, tanto nas práticas clínicas como laboratoriais, é manter a segurança de toda a comunidade acadêmica e pacientes, enquanto promovemos as atividades de ensino-aprendizado.

Lucas Fernando Tabata:
Como o Departamento de Odontologia tem se preparado para o retorno das atividades presenciais?

Cristine Miron Stefani:
Como falei, estamos nos reunindo desde maio deste ano. Pouco depois da determinação do distanciamento social e da interrupção das atividades presenciais, o departamento montou uma comissão para discutir o retorno, levando em consideração as normativas da ANVISA e também as evidências disponíveis na literatura científica. O objetivo era nos anteciparmos à decisão oficial de retorno. Organização da ocupação máxima segura de clínicas e laboratórios, turnos de trabalho alternados, EPI necessários e reformas estruturais necessárias foram discutidas.

Lucas Fernando Tabata:
Quais estratégias estão sendo implementadas pela Universidade de Brasília para o retorno seguro das atividades presenciais?

Cristine Miron Stefani:
Um relatório fundamentado foi gerado como parte das atividades da comissão de retorno às atividades práticas pós-pandemia. Nesse relatório, a necessidade de EPI específica para todos, incluindo máscaras PFF2, face shields, capotes descartáveis e suas especificações; alterações de fluxos de circulação nos ambientes, evitando cruzar EPI/materiais limpos e contaminados; ocupação máxima por turno nos ambientes práticos, assegurando o distanciamento e não aglomeração; e alterações estruturais necessárias para a atuação segura, inclusive a separação física de ambientes, climatização e instalação de filtros nos aparelhos de ar-condicionado foram evidenciados. O relatório foi enviado às instâncias superiores da UnB e do Hospital Universitário, seguido por uma reunião para sensibilização. Paralelamente, a Faculdade de Ciências da Saúde cuidou de adquirir EPI, em especial máscaras PFF2 e capotes descartáveis, visando à segurança de professores, técnicos e estudantes de todos os cursos. Já o HUB, visando atender às demandas de adequação da estrutura física, não apenas da Odontologia, mas de todos os setores, já organizou equipe de trabalho a fim de planejar e viabilizar projetos e obras. Certamente nada aconteceráem prazo curto, o retorno será gradual, assegurando o máximo de segurança a todos.

Lucas Fernando Tabata:
Como a professora enxerga o futuro do ensino odontológico daqui pra frente?

Cristine Miron Stefani: Há um texto de Marina
Colasanti intitulado “Eu sei, mas não devia”, de 1972, que continua muito atual. A cronista afirma que o ser humano se acostuma. Pode parecer ruim ou difícil no início, mas aos poucos nos adaptamos à realidade. Embora o texto seja algo pessimista, ao afirmar que “A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer” e “A gente se acostuma para poupar a vida”, a verdade é que a adaptação faz parte da natureza resiliente do ser humano. Mudamos o que pode ser mudado e nos adaptamos ao que não pode ser mudado. A Odontologia teve vários paradigmas alterados abruptamente em função da pandemia de Sars-Cov-2. Acredito que a maioria das mudanças será permanentes. Mas, assim como o vírus HIV mudou os padrões de biossegurança na Odontologia na década de 1990, acredito que o Sars-Cov-2 veio ensinar algumas lições importantes, nos forçando a repensar nossa prática. Certamente esses novos padrões serão incorporados no ensino odontológico.

¹ Departamento de Odontologia – Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília, Brasília-DF-Brasil.
² Department of Restorative Dental Sciences – College of Dentistry – University of Florida, Gainesville-FL-USA.

Caso tenha dúvidas ou sugestões de entrevistados para esse novo formato, entre em contato. Sua satisfação é sempre a nossa prioridade.

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