Exercícios atenuam sintomas de doenças mentais

Exercícios atenuam sintomas de doenças mentais

Por Lucas Faraldo Knopf
 
Exercitar-se – seja através de treinamento aeróbio ou de treinamento de força –, pode implicar em alguma modificação no sistema nervoso central (SNC) que, por sua vez, provoca mudanças no tratamento e na prevenção de doenças mentais. É partindo da possível relação entre exercícios físicos e cérebro humano e seu benefício à saúde que a professora e pesquisadora Andrea Deslandes proferiu a palestra intitulada “Neurociência do Exercício e Saúde Mental” na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP.
 
Fazer levantamento de peso e corridas na esteira com orientações adequadas tende a ser benéfico para pacientes com os mais diversos problemas – chegando a salvar pessoas que sofrem de doenças como o mal de Parkinson e Alzheimer. Referindo-se a seu grupo de estudos e pesquisas, Andrea afirmou “o que tentamos é avaliar tudo que o exercício pode contribuir em relação às funções cognitivas, comportamentais e motoras”. Esta tríade é a chave do bem-estar e, possivelmente, da cura em pacientes com alguma deficiência neurológica.
 
Durante a palestra, a professora falou sobre a importância de relacionar, cada vez mais, o cérebro com a movimentação do corpo humano. “Quando falamos de exercício físico, pensamos muito no pescoço para baixo. Mas o que a gente não pode esquecer é que qualquer movimento que fizermos terá um início no SNC”, destacou. “É muito importante que comecemos a trazer o cérebro para a área da educação física.”
 
O exercício como cura
Exercícios físicos são inerentes a alterações no comportamento psicosocial de quem os pratica. Há um natural e já comprovado aumento de interação, de auto estima, entre outros. Os estudos comandados por Andrea questionam até que ponto a educação física pode desempenhar o papel de remédios. “Será que o exercício traz alguma alteração neurofisiológica que pode, da mesma forma que o tratamento farmacológico, aumentar o número e a produção de neurotransmissores, no caso da depressão, e diminui-los, no caso da ansiedade?”
 
Sem titubear, a pesquisadora esclareceu que sim, a práticas de exercícios desempenha papel notável no tratamento e na prevenção de doenças. Estudos feitos e analisados por ela vêm caminhando para a correlação entre uma boa caminhada, por exemplo, e a diminuição dos sintomas de alguns problemas mentais.
 
No caso do mal de Alzheimer, são identificados como problemas ao portador da doença o tremor, a dificuldade de marcha, a rigidez, entre outros. A prática de exercícios, aqui, atenuaria consideravelmente os sintomas no paciente, na medida em que ajuda no aumento da produção dos neurotransmissores que, em falta, por sua vez, estimulam a enfermidade.
 
Feitos para nos movimentar
Na população idosa. majoritariamente investigada por Andrea, chegou-se à conclusão de que tanto exercícios aeróbios como os de força são benéficos para a atenuação de problemas neurológicos. Ela fez questão, entretanto, de destacar que o primeiro tipo, que envolve as tradicionais corridas na esteira, por exemplo, é o que apresentou melhores resultados.
 
”Nós não fomos feitos para uma vida sedentária”, finalizou a professora. “Então, como forma de revanche do nosso corpo, se ficarmos parados, não produziremos algumas substâncias que são necessárias para a manutenção da nossa vida.”
 
 
Fonte: Escola de Educação Física e Esporte – USP

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