Dormir pelo menos quatro horas por noite é essencial para a saúde

Dormir pelo menos quatro horas por noite é essencial para a saúde

"Ao contrário do que se divulga, oito horas não é o tempo mínimo de sono para que se acorde bem". É o que diz a bióloga Mônica Levy Andersen que durante palestra no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), explicou que cada organismo tem uma quantidade de horas necessárias por noite pré-determinadas, com quatro horas como o limite mínimo, chamado de sono essencial.  Ela explica que somente depois das primeiras quatro horas entramos na fase do sono chamada de REM (Rapid Eye Movement, em português, "Movimento Rápido dos Olhos"), ou "sono acessório".  É um sono paradoxal, pois, por ser a fase em que mais se sonha, o cérebro está extremamente ativo, e, por essa razão, a atonia muscular está presente, para que não se execute os movimentos realizados no sonho.
 
A professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) diz que vivemos em uma sociedade que não dorme e que, em cidades grandes como São Paulo, 70% da população reclama de distúrbios do sono, sendo um deles a insônia, que atinge um terço das mulheres. Ela explica, porém, que insônia não é sinônimo de privação de sono, já que, na primeira, a pessoa não consegue adormecer, enquanto na segunda, não dormir é, de certa forma, uma opção, já que a pessoa tem essa capacidade. "Mesmo que se durma o mesmo tanto de horas nas duas situações, suas consequências são diferentes, sendo as da privação de sono mais graves", completa.
 
Outro problema bastante grave relacionado ao sono é a apneia, caracterizada pela dificuldade respiratória por algum tipo de obstrução das vias aéreas enquanto dorme e que atinge um em cada três paulistanos, em sua maioria homens. Uma pessoa com apneia grave, sofre cerca de 30 paradas respiratórias por hora de sono, o que é extremamente prejudicial para a saúde, principalmente para o cérebro e o coração. "Há  um aumento da mortalidade cardiovascular entre apneicos, pois o coração não aguenta esse alto número de paradas por noite", explica Mônica.
 
Porém, as consequências da privação do sono não são restritas aos que sofrem de apneia. Os simples fato de dormir pouco, por mais inofensivo que pareça, traz diversas consequências, como aumento no nível de estresse, diminuição da capacidade mental de aprendizado e memória, menor concentração e consequente dificuldade de consolidar informações recebidas ao longo do dia.  Um dos exemplos dado por Mônica com relação às consequências causadas por domir pouco, é o acidente nuclear de Chernobyl, em que a longa jornada de trabalho e o sono, fez com que os trabalhadores estivessem menos atentos e não percebessem os alertas que indicavam o vazamento. Além disso, o sono leva a um grande número de acidentes de trânsito, causa que, segundo a bióloga, leva a mais mortes que a bebida.
 
 
Fonte: Instituto de Ciências Biomédicas – USP

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