Cuidados bucais na UTI

Cuidados bucais na UTI

De 31 de janeiro a 03 de fevereiro, acontece, em São Paulo, o I CIOSP – Congresso Interdisciplinar da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. Na ocasião, a Dra. Teresa Márcia Morais, presidente do Departamento de Odontologia da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e coordenadora da Campanha Nacional “Na UTI, lembre-se da Boca”, estará na capital para divulgar a ação, que reúne representantes de 14 estados brasileiros.

 
A Campanha Nacional foi desenvolvida e lançada pelo Departamento de Odontologia da AMIB, em novembro e já está sendo aplicada nas regiões parceiras. As infecções se tornaram um desafio no ambiente hospitalar, sendo uma manifestação frequente no paciente grave, internado nas Unidades de Terapia Intensiva. Isso devido à condição clínica destes pacientes e a variedade de procedimentos invasivos rotineiramente realizados, que determinam uma probabilidade entre cinco e 10 vezes maior de contrair uma infecção, representando cerca de 20% do total das infecções de um hospital.
 
“Com o constante surgimento de evidências científicas que respaldam o papel nocivo dos comprometimentos e das infecções dentárias e bucais para a degradação do estado geral dos pacientes alocados nas Unidades de Terapia Intensiva, a odontologia passa a dividir responsabilidades com outros integrantes das equipes de saúde – especialmente nas questões referentes ao controle das infecções e da melhor oferta de conforto a esses pacientes”, afirma Dra. Teresa Márcia Morais, presidente do Departamento de Odontologia da AMIB e coordenadora da Campanha.
 
Segundo a cirurgiã-dentista, a falta de tratamento dentário aumenta a possibilidade de infecções e sepse (infecção generalizada) nas Unidades de Terapia Intensiva e pode causar até pneumonia — doença responsável por 30% das mortes nesse ambiente. “A higiene bucal deficiente é comum em pacientes internados em UTIs. Esse problema propicia a colonização do biofilme bucal por microrganismos patogênicos, especialmente respiratórios”, alerta.
 
Diversos estudos apontam as infecções hospitalares como as mais frequentes complicações do tratamento nas Unidades de Terapia Intensiva. O papel do cirurgião dentista nesse ambiente pode auxiliar muito na diminuição de infecções graves, pois porcentagem considerável dessas infecções começa pela boca.
 
Dra. Teresa alerta ainda que é necessário ficar atendo a alguns pontos importantes nesses pacientes. Entre eles, identificar problemas dentais e periodontais prévios à internação. “As pesquisas científicas estão conferindo as infecções bucais uma inter-relação com outras patologias sistêmicas, além de considerá-las com potencial para agravar uma condição sistêmica preexistente ou ainda, colaborar para que o indivíduo tenha maior risco de desenvolver outras doenças”, disse.
 
A Campanha foi desenhada para atingir vários públicos: Sociedade civil, apresentando a importância dos cuidados bucais em UTI; cirurgiões-dentistas, reforçando a necessidade da inserção e capacitação para a atuação em terapia intensiva; profissionais intensivistas, promovendo a conscientização dos benefícios gerados pela atuação do cirurgião-dentista na melhora do conforto do paciente e na redução das taxas de infecções respiratórias; e os gestores hospitalares, demonstrando a redução de custos hospitalares e tempo de internação, quando a UTI conta com o cirurgião-dentista.
 
Um dos itens que compõe a lista de materiais de conscientização está o “Kit Higiene Bucal”, que indica aos profissionais de saúde e familiares de pacientes internados nas UTIs o que é necessário para a higienização desse pacientes como, escovas dentárias indicando qual o tipo de cerda mais adequado para o paciente; tamanho da escova; creme dental; enxaguantes bucais; e o fio dental.
 
“Não se pode permitir em pleno século XXI o desconhecimento sobre o impacto da condição bucal na saúde do indivíduo, especialmente os que estão com a saúde comprometida, como os pacientes de UTI. É preciso reduzir os altos índices de infecções respiratórias que sabidamente apresentam relação com os problemas bucais e que podem levar ao óbito”, reforça Dra. Teresa.
 
 
 
Fonte: Assessoria de Imprensa via Odotomagazine

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