Consumo de drogas x saúde bucal

Consumo de drogas x saúde bucal

Dentre inúmeros prejuízos à cavidade bucal, o uso de tabaco, álcool e drogas alucinógenas contribue para quadros de infecção, queimaduras da mucosa, halitose, erosão dentária e até câncer.

 
Esses problemas atingem pessoas das mais variadas idades. Ao falar de substâncias ilícitas, adolescentes e adultos jovens é o maior grupo consumidor. Mas, em relação à automedicação, tabaco e álcool, pessoas até 60 anos são afetadas.
 
 
Na cadeira do dentista 
 
Na primeira visita feita a uma dentista é feita uma entrevista chamada de anamnese. Este é um espaço aberto e sigiloso para que o paciente manifeste suas dúvidas e problemas com a saúde da boca e do corpo todo. “Ao dentista, enquanto profissional de saúde, caberá informar ao paciente condutas e providências para a solução do problema de uma forma clara, humana e embasada em princípios científicos”, diz o cirurgião-dentista Rodrigo Guerreiro Bueno de Moraes, consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia – ABO.
 
Durante a consulta é de suma importância a honestidade com o dentista em relação a drogas, uma vez que determinadas substâncias podem interferir em tratamentos clínicos e acabar com resultados indesejados. Um exemplo é o efeito da anestesia usada em alguns procedimentos. O uso de álcool pode fazer com que o efeito no controle da dor seja menor do que o esperado. “É importante que médicos, cirurgiões-dentistas e outros profissionais de saúde sejam informados sobre qualquer tipo de droga e dosagem consumida da mesma, independente da licitude de seu uso/prescrição”, afirma.
 
 
Efeitos das drogas na saúde bucal
 
Alguns sinais e sintomas podem ser claramente observados em uma consulta odontológica e permitem ao cirurgião-dentista constatar o uso de drogas no paciente. Porém, cada substância causa um efeito diferente na boca.
 
Álcool: por ser uma substância que desidrata pode provocar irritação na mucosa bucal e despertar a sensação de ardência e secura da boca. Além disso, favorece o mau hálito, tanto pelos efeitos bucais gerados, como pela agressão ao aparelho digestivo/fígado.
Tabaco: o fumo é um depressor da resposta de defesa do organismo. Isso abre portas para que infecções da boca tenham repercussões piores que as imaginadas. Por conta do fumo, por exemplo, pacientes com inflamações das gengivas (gengivites) tenham até quatro vezes mais chances de evoluírem para perda de osso ao redor dos dentes (periodontites) o que pode ser fatal para a fixação dos dentes nas arcadas. Também existem evidências da relação entre o câncer bucal e o tabagismo. Na fumaça do tabaco já foram detectadas mais de 60 substâncias carcinogênicas.
Inalantes: efeitos alucinógenos e de depressão do sistema nervoso central podem dificultar a rotina das pessoas e o poder de concentração para coisas simples e fundamentais a saúde, como higienizar os dentes ou retornar ao dentista para manutenções e avaliações de rotina. Além disso, tal qual o cigarro, podem minar as defesas orgânicas, diminuir o fluxo normal de saliva e abrir espaço para o surgimento e a piora de doenças bucais pré-existentes, como cárie e gengivites.
Estimulantes: estes tipos de substâncias podem causar erosão nos dos dentes, ressecamento da mucosa da cavidade bucal e maior incidência de descamação gengival.
Segundo Rodrigo, a maioria das repercussões dos tecidos bucais por interações químicas/medicamentosas podem ser revertidas apenas com a eliminação do uso daquele produto. “Efeitos persistentes após a supressão destas drogas devem ser avaliados pelo dentista, a fim de assegurar que nenhum outro problema tenha evoluído a partir desta causa”.
 
 
Fonte: Saúde Terra

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