Fique por Dentro: Como melhorar o desempenho das restaurações  semidiretas utilizando o método de pós-cura?

Fique por Dentro: Como melhorar o desempenho das restaurações semidiretas utilizando o método de pós-cura?

Vol. 8 – Número 30 – 2017 Fique por Dentro Como melhorar o desempenho das restaurações  semidiretas utilizando o método de pós-cura? Jamille Favarão1 Dayane Carvalho Ramos Salles de Oliveira1 Mateus Garcia Rocha1 As resinas compostas fotoativáveis foram desenvolvidas para uso em restaurações diretas que podem ser modeladas e polimerizadas na boca do paciente com ação física da luz. Entretanto, em algumas restaurações diretas extensas pode-se haver dificuldade em se obter contatos interproximais satisfatórios, anatomia oclusal adequada e adaptação marginal, sendo assim, ainda existem muitas dúvidas se devemos fazer a restauração por técnica direta ou técnica indireta. A restauração semidireta (ou direta-indireta) é descrita como a técnica de restaurações indiretas utilizando-se resinas compostas fotoativáveis, que são confeccionadas em modelos de silicone e cimen-tadas na boca do paciente, sem a necessidade da realização em âmbito laboratorial. Essas resinas são clinicamente comparáveis aos cerômeros (do inglês CERamic  Optimized polyMER), mas apresentam a vantagem frente aos cerômeros de não necessitarem do envio do modelo de gesso para confecção da restauração no laboratório, logo diminuindo o tempo e o custo do tratamento. Porém, na polimerização da resina composta fotoativável, a ativação somente por luz não promove completa polimerização do material, resultando em propriedades físico-mecânicas inferiores aos cerômeros. Para isso, o uso do método de pós-cura pode promover as resinas fotoativáveis propriedades físico-mecânicas semelhantes ou superiores às resinas laboratoriais2,6. No método pós-cura de resinas compostas é realizado um tratamento térmico adicional, em que o calor gerado fornece energia para os monômeros residuais se difundirem através das cadeias poliméricas e formarem novos polímeros, aumentando o grau de conversão e melhorando as propriedades físico-mecânicas da resina composta7. Existem diferentes equipamentos que podem ser utilizados, alguns deles são: forno a calor seco, forno de luz, autoclave, micro-ondas e banho de água8. A utilização do autoclave e do micro-ondas apresentam a vantagem de simplificarem a técnica e também promoverem estabilidade térmica, que leva à formação de um polímero mais estável, pois utiliza temperaturas inferiores às dos fornos de calor a seco e de luz, que por gerarem temperatura acima de 150 °C, podem causar volatilização dos monômeros, levando à degradação da matriz orgânica das resinas compostas5. Estudos mostram que as técnicas de pós-cura podem melhorar as propriedades físico-mecânicas das resinas compostas, independentemente da composição, mas que assim como na técnica direta, a composição pode influenciar nos resultados, como por exemplo, a variação no tamanho e quantidade de carga. Resinas compostas nanoparticuladas geralmente apresentam superfícies mais lisas do que resinas compostas híbridas, já resinas com maior quantidade de carga podem dificultar a passagem de luz através da restauração, reduzindo o grau de conversão1,4. Dessa forma, os mesmos cuidados na seleção da resina composta para restaurações diretas devem ser tomados na escolha do material para uso indireto.  Outro fator importante a se levar em consideração é a influência do grau de conversão da polime-rização inicial no grau de conversão obtido através do método de pós-cura, por isso é necessário que antes do tratamento térmico, a fotoativação da resina composta seja realizada em cada incremento de material, para que se obtenha maior grau de conversão nesta etapa inicial3.  Se todos os passos e cuidados forem levados em consideração, as resinas compostas pós-curadas não representam só uma alternativa mais simples e econômica, mas também uma opção de material restaurador indireto com propriedades físico-mecânicas satisfatórias que, quando bem indicado e utilizado, podem oferecer bons resultados na prática clínica. 1 Departamento de Odontologia Restauradora – FOP/UNICAMP. Referências Marghalani HY. Effect of ller particles on surface  roughness of experimental composite resins. J Appl  Oral Sci. 2010; 18(1):59-67.  Oliveira DCRS, Favarão J, Souza-Júnior EJ, Dobson  AL, Hirata R, Puppin-Rontani RM, Sinhoreti MAC. In- fluência do método de pós-cura na eficiência da cura e  rugosidade de resinas compostas diretas em restaura- ções indiretas. J Clin Dent Res. 2016; 13(3):84-9. Park SH, Lee CS. The difference in degree of con- version between light-cured and additional heat-cured  composites. Oper Dent. 1996; 21(5):213-7. Reis AF, Giannini M, Lovadino JR, Dos Santos Dias  CT. The effect of six polishing systems on the surface  roughness of two packable resin- based composites.  Am J Dent. 2002; 15:193-7.  Santana IL, Lodovici E, Matos JR, Medeiros IS,  Miyazaki CL, Rodrigues-Filhos LE. Effect of experimen- tal heat treatment on mechanical properties of resin  composites. Braz Dent J. 2009; 20(3):205-10. Soares CJ, Pizi EC, Fonseca RB, Martins LR. Mecha- nical properties of light-cured composites polymerized  with several additional post- curing methods. Oper  Dent. 2005; 30(3):389-94.  Takeshige F, Kinomoto Y, Torii M. Additional heat- -curing of light-cured composite resin for inlay restora- tion. J Osaka Univ Dent Such. 1995; 35:59-66. Tanoue N, Matsumura H, Atsuta M. Comparati- ve evaluation of secondary heat treatment and a high  intensity light source for the improvement of proper- ties of prosthetic composites. J Oral Rehabil. 2000;  27(4)288-93.

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