Fique por Dentro: Cimentação de peças cerâmicas livres de metal:  Qual cimento utilizar?

Fique por Dentro: Cimentação de peças cerâmicas livres de metal: Qual cimento utilizar?

Vol. 6 – Número 21 – 2016 Fique por Dentro Página 7-8 Cimentação de peças cerâmicas livres de metal:  Qual cimento utilizar? Dayane Carvalho Ramos Salles de Oliveira1 Mateus Garcia Rocha1 1 Departamento de Odontologia Restauradora – FOP/UNICAMP. A cimentação é uma etapa de extrema importância para o sucesso clínico e para a longevidade das restaurações cerâmicas. Inicialmente, as peças de cerâmicas livres de metal eram cimentadas com cimentos de fosfato de zinco, assim como as peças metalocerâmicas. Entretanto, esse tipo de cimentação levava a um grande número de insucessos clínicos em virtude de falhas na cimentação ou por questionamentos estéticos. Atualmente, com o desenvolvimento de cimentos resinosos, se tornou viável a cimentação adesiva das peças cerâmicas. A cimentação adesiva proporcionou diversos benefícios em relação à cimentação com o fosfato de zinco, dentre elas, a maior resistência de união e variedade estética.  A cimentação adesiva proporciona uma maior resistência de união das peças cerâmicas livres de metal em virtude da formação de uma união química entre a cerâmica e cimento resinoso, assim como entre o dente e o cimento resinoso. E, dessa forma, unindo quimicamente ambas as estruturas, enquanto que os cimentos à base de fosfato de zinco simplesmente penetram nas irregularidades da cerâmica e do dente, promovendo um embricamento micromecânico após a presa do cimento, responsável pela união de ambas as estruturas.  Os cimentos resinosos apresentam composição semelhante às resinas compostas, entretanto, em diferentes formulações e concentrações a fim de manter algumas características das resinas compostas, como a adesividade e a variabilidade de cor, mas garantir a fluidez adequada do material para possibilitar a cimentação. De forma similar às resinas compostas, os cimentos resinosos também podem ser formulados para serem fotoativados. Dessa forma, a composição desses cimentos possibilita uma maior estabilidade de cor ao longo do tempo, além da praticidade clínica durante o procedimento de cimentação, uma vez que a presa ou cura do material é controlada pela aplicação ou não da luz por meio de um aparelho fotoativador.   Entretanto, apesar da alta estabilidade de cor e da praticidade clínica que cimentos resinosos fotoativáveis possuem em comparação a cimentos quimicamente ativáveis, em algumas situações clinicas a utilização desses cimentos pode ser inviável. A energia luminosa do aparelho fotoativador é essencial para iniciar o processo de presa dos cimentos resinosos fotoativáveis. Dessa forma, quando a quantidade de luz que chega ao cimento resinoso fotoativável é insuficiente por algum motivo, a presa do material é prejudicada. Consequentemente, as propriedades físico-químicas do agente cimentante e a longevidade clínica da peça cimentada podem ser afetadas.  A insuficiência de luz que chega até o cimento resinoso a ser fotoativado pode ser devida a diversos fatores, dentre eles, principalmente, a atenuação da luz. A atenuação da luz ocorre não apenas por motivos técnicos relacionados ao aparelho fotoativador, mas também por motivos clínicos. Diferente das resinas compostas que são fotoativadas diretamente pela ponta do aparelho fotoativador, entre o cimento resinoso fotoativável e a ponta do aparelho fotoativador está a peça cerâmica que está sendo cimentada. Dessa forma, o tipo, a cor e a espessura da peça cerâmica influenciam na quantidade de luz que chega até o cimento resinoso. Quanto mais opaca e mais escura é a coloração da peça cerâmica, menor é a quantidade de luz que consegue atravessar a peça cerâmica e chegar até o cimento resinoso a ser fotoativado. Ainda, quanto maior é a espessura da peça cerâmica, maior é a distância entre a ponta do aparelho fotoativador e o cimento resinoso a ser fotoativado, consequentemente, maior é a dispersão da luz que atravessa a peça cerâmica. Por esse motivo, a utilização de cimentos resinosos fotoativáveis é limitada a algumas situações clínicas, como a cimentação de lentes de contato e laminados cerâmicos.  Já os cimentos resinosos de cura dual conseguem limitar os pontos negativos dos cimentos resinosos quimicamente ativáveis e fotoativáveis. A polimerização de cimentos resinosos de cura dual não ocorre apenas através da fotoativação com o aparelho fotoativador, mas também através da reação entre iniciadores químicos presentes isoladamente nas pastas base e catalizadora, assim como os cimentos quimicamente ativáveis. Sendo assim, a polimerização por cura química compensa a deficiência de polimerização por cura por luz, em caso de insuficiência de luz. Ainda, em virtude da substituição parcial dos iniciadores químicos por fotoiniciadores em sua composição, o cimento resinoso de cura dual também possui boa estabilidade de cor ao longo do tempo.  Concluindo, os cimentos resinosos de cura dual são altamente indicados para cimentação de todos os tipos de peças cerâmicas, até mesmo para situações clínicas nas quais a fotoativação pode ser prejudicada pela atenuação da luz. Em casos de alta requisição estética, cimentos resinosos fotoativáveis podem ser preferidos, desde que suas limitações sejam conhecidas e respeitadas.  Bibliografia 1.  Ayres AP, Andre CB, Pacheco RR, Carvalho AO, Bacelar-Sa RC, Rueggeberg  fA, et al. Indirect Restoration Thickness and Time after Light-Activation Effects on Degree of Conversion of Resin Cement. Braz Dent J. 2015; 26(4):363-367. 2.  Klosa K, Meyer G, Kern M. Clinically used adhesive ceramic bonding methods: a survey in 2007, 2011, and in 2015. 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